A América Latina tem ganhado destaque global como uma das regiões mais promissoras para a adoção de criptomoedas. De acordo com dados da Chainalysis, entre julho de 2023 e junho de 2024, a região movimentou aproximadamente 425 bilhões de dólares em criptoativos, representando 9,1% do mercado global.
Esse crescimento é impulsionado por uma série de fatores: desafios econômicos persistentes, uma população jovem e altamente conectada, além do interesse crescente por inovações tecnológicas. Nesse cenário, o Brasil desponta como um dos líderes regionais na adoção das moedas digitais.
Segundo relatório da CoinShares, os investimentos em produtos cripto no Brasil alcançaram US$ 4,2 milhões (cerca de R$ 25,7 milhões), refletindo a confiança e o amadurecimento do mercado local.
Por que os latino-americanos estão adotando criptomoedas?
A crise econômica em muitos países da região — com inflação elevada, desvalorização das moedas locais e exclusão financeira — tem levado milhões de pessoas a buscar nas criptomoedas uma alternativa para preservar valor e realizar transações com maior liberdade.
Na Argentina e na Venezuela, por exemplo, o uso do Bitcoin e de outros ativos digitais tornou-se um recurso essencial para proteger economias familiares e facilitar transferências internacionais.
Outro dado relevante é o alto índice de desbancarizados. Segundo o Banco Mundial, cerca de 45% dos latino-americanos não têm acesso a uma conta bancária. As criptomoedas, acessíveis por meio de smartphones com conexão à internet, oferecem uma porta de entrada inclusiva ao sistema financeiro.
Além disso, a importância das remessas internacionais para a economia da região faz com que as criptos sejam vistas como uma alternativa mais barata e rápida aos meios tradicionais de envio de dinheiro.
Brasil: ecossistema cripto em expansão
O Brasil, maior economia da região, é apontado como referência na adoção de tecnologias blockchain. Com cerca de 16 milhões de usuários de criptoativos, o país já conta com um ecossistema robusto, formado por exchanges, startups de tecnologia e marcos regulatórios em construção.
Em 2023, o Banco Central lançou o piloto da moeda digital brasileira, o Drex, como parte de um plano para modernizar e digitalizar o sistema financeiro nacional.
Denise Cinelli, COO da exchange CryptoMKT, destaca que a América Latina tem se destacado mundialmente pela busca por soluções financeiras mais seguras, acessíveis e inclusivas. Segundo ela, países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru estão liderando a transformação digital da economia.
Enquanto na Argentina mais de 18% da população já utiliza ativos digitais, o Brasil segue de perto com cerca de 17%, consolidando-se como um dos principais mercados cripto do mundo.
Empresas impulsionam o uso no cotidiano
Grandes empresas brasileiras têm contribuído diretamente para popularizar o uso das criptomoedas. O Nubank, por exemplo, permite a compra e venda de ativos digitais em sua plataforma. O Mercado Livre também investe em soluções baseadas em blockchain, reforçando a tendência de adoção no comércio e entre consumidores.
A crescente aceitação de criptoativos no varejo e a adesão de grandes marcas mostram que a tecnologia está deixando de ser nicho para se tornar parte da economia real.
Um futuro promissor, mas com desafios
Apesar do avanço significativo, a América Latina ainda precisa superar barreiras importantes, como a falta de educação financeira e a infraestrutura tecnológica desigual entre os países. No entanto, com políticas públicas adequadas e investimento em inovação, a região tem potencial para se tornar líder global em ativos digitais.
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