Um trabalho técnico e ágil da Polícia Civil do Tocantins, por meio da 7ª Delegacia de Polícia de Esperantina, resultou na condenação de um homem identificado pelas iniciais C.V.B. a 25 anos e nove meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. Ele foi responsabilizado por crimes gravíssimos cometidos contra sua companheira, M.L.S., em um episódio classificado como um dos mais extremos de violência doméstica registrados na região do Bico do Papagaio.
A sentença foi proferida na última quinta-feira, 10 de abril, pela Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis (TO).
Sessão de tortura durou mais de 16 horas
Os crimes ocorreram na noite de 9 de janeiro de 2025, na “Chácara do Claudísio”, onde a vítima foi submetida a uma sessão prolongada de agressões físicas, estupros sob ameaça com arma de fogo, cárcere privado e tortura psicológica, que se estendeu por mais de 16 horas.
Segundo o delegado-chefe da 7ª DP de Esperantina, Jacson Wutke, um dos atos mais simbólicos de violência foi quando o agressor cortou à força os cabelos da mulher com uma faca – gesto interpretado como uma tentativa de dominação e humilhação.
Durante toda a noite, a vítima permaneceu nua, vigiada com uma espingarda e foi ameaçada de morte caso tentasse fugir. Somente na manhã seguinte, aproveitando um momento de distração do agressor, conseguiu escapar, correndo por um matagal até encontrar sua irmã. A partir desse momento, teve início a atuação da Polícia Civil.
Investigação rápida e decisiva
Com depoimentos, testemunhos consistentes e provas periciais, a equipe da 7ª DP conseguiu comprovar os crimes e indiciar o autor.
“O relacionamento apresentava uma escalada típica de violência: começou com ciúmes, passou para o controle, depois vieram as agressões físicas, estupros e ameaças de morte. Intervimos a tempo de evitar um feminicídio”, destaca Wutke.
O delegado reforça a importância da denúncia:
“Quanto mais cedo a vítima procura ajuda, maiores são as chances de romper o ciclo de violência e salvar vidas.”
Justiça reconhece gravidade do caso
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público, e o juiz Alan Ide Ribeiro da Silva acolheu integralmente as provas, condenando C.V.B. por estupro, lesão corporal qualificada, ameaça majorada e cárcere privado qualificado, todos no contexto de violência doméstica.
Wutke ainda elogiou a postura firme do Judiciário:
“É fundamental destacar a atuação corajosa e técnica do Poder Judiciário do Tocantins. O magistrado demonstrou sensibilidade social e rigor necessário para enfrentar crimes tão graves. Decisões assim têm um impacto transformador na sociedade.”
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