O Brasil alcançou mais um marco no cinema internacional ao conquistar dois importantes prêmios no Festival de Cannes 2025. O longa-metragem “O Agente Secreto”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, rendeu ao país o troféu de Melhor Direção e consagrou o ator Wagner Moura com o prêmio de Melhor Ator. A cerimônia ocorreu neste sábado (24) e reforça a crescente presença brasileira no cenário cinematográfico global.
Esta é a sétima vez que o Brasil é premiado em Cannes, reafirmando a força da produção nacional. A trajetória de conquistas começou em 1962, quando o clássico O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, venceu a Palma de Ouro – principal prêmio do festival e até hoje inédito para outro filme brasileiro.
Outros destaques na história do país em Cannes incluem:
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1968: Glauber Rocha venceu Melhor Direção por O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro.
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1986: Fernanda Torres recebeu o prêmio de Melhor Atriz por Eu Sei que Vou Te Amar.
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2008: Sandra Corveloni também venceu Melhor Atriz por Linha de Passe.
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2019: O Brasil conquistou o Prêmio do Júri com Bacurau, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.
🏆 Reconhecimento internacional e novas perspectivas
Além dos prêmios principais, O Agente Secreto também foi reconhecido com o troféu da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) e o Art et Essai, concedido pela Associação Francesa de Cinema de Arte e Ensaio (AFCAE). É a primeira vez que o Brasil conquista dois prêmios oficiais na mesma edição do Festival de Cannes.
As vitórias consolidam Kleber Mendonça Filho como um dos diretores mais influentes do país e reforçam as expectativas para a próxima temporada de premiações. Embora o reconhecimento em Cannes não garanta uma vaga no Oscar, ele aumenta significativamente a visibilidade internacional do filme. O longa já é apontado como possível concorrente ao Globo de Ouro e ao SAG Awards, ambos considerados termômetros do Oscar.
🎬 Enredo: suspense e crítica social ambientados no Recife dos anos 1970
No filme, acompanhamos Marcelo, um professor de tecnologia que, em 1977, tenta fugir de um passado sombrio mudando-se de São Paulo para o Recife. Contudo, sua tentativa de recomeçar a vida se vê ameaçada por um ambiente inquietante. Chegando à cidade durante o Carnaval, ele começa a ser espionado pelos vizinhos e se vê envolvido em uma teia de tensão e desconfiança.
Segundo Kleber Mendonça Filho, o longa é uma homenagem ao Brasil dos anos 1970 e um retorno às suas memórias de infância. “Tinha vontade de fazer um filme de mistério em que o Recife fosse protagonista. O Brasil mudou muito, mas em certos aspectos ainda se parece com o daquele tempo”, afirmou o cineasta durante o lançamento.
🎥 Um novo momento para o cinema nacional
O sucesso de O Agente Secreto soma-se à recente vitória do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, no Oscar de Melhor Filme Internacional — obra também estrelada por Fernanda Torres, que venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz.
Com essa sequência de conquistas, o Brasil retoma com força sua posição no circuito internacional, apontando para um renascimento do cinema brasileiro, agora mais reconhecido por sua originalidade, crítica social e capacidade estética.
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