Entre os dias 3 e 6 de junho, a Terra Indígena Kraolândia foi palco de oficinas que reuniram lideranças e representantes de órgãos públicos para debater a participação das comunidades indígenas no fornecimento de alimentos aos programas PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). As atividades ocorreram na aldeia Macaúba, com foco em fortalecer a agricultura familiar, a segurança alimentar e a gestão ambiental nos territórios.
O encontro teve como objetivo orientar sobre como os povos indígenas podem fornecer alimentos produzidos localmente para escolas e instituições públicas, além de promover trocas de experiências e a construção conjunta de soluções para questões territoriais e produtivas.
Entre os temas abordados estiveram a apresentação dos programas PNAE e PAA, o cadastro de agricultores indígenas no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), a elaboração de projetos de venda e a criação colaborativa de cardápios escolares, respeitando a cultura e os hábitos alimentares locais.
A iniciativa contou com a presença de representantes da Funai, Ruraltins, SRE Pedro Afonso/Seduc, Cecane/UFT, Sepot e Conab. A Coalizão Vozes do Tocantins foi representada por Tião Peru e Celso Krahô, ambos da Associação Centro Cultural Kajrè.
Segundo os organizadores, o evento representa um passo importante para fortalecer a autonomia dos povos indígenas na gestão da produção de alimentos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e o respeito às tradições culturais.
📚 Catrapovos Brasil: valorização da alimentação regionalizada
A ação está alinhada à proposta da Mesa Permanente de Diálogo Catrapovos Brasil, iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) que visa ampliar a aquisição de alimentos tradicionais e regionais por meio da alimentação escolar em territórios indígenas e tradicionais.
Criada em 2021, a Catrapovos busca replicar a experiência bem-sucedida da Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos do Amazonas (Catrapoa), promovendo a compra direta de produtos da agricultura familiar e garantindo o cumprimento da legislação que determina que pelo menos 30% dos alimentos comprados para escolas venham da agricultura familiar.
A mesa reúne representantes de órgãos públicos e da sociedade civil e atua na construção de soluções para superar entraves burocráticos e operacionais, assegurando o direito à alimentação escolar adequada e culturalmente respeitosa.
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