O público de Araguaína (TO) terá a oportunidade de vivenciar uma experiência artística e social potente neste sábado, 31 de maio, com duas apresentações gratuitas do espetáculo cênico-musical “Negras: Vozes Silenciadas, Histórias Reveladas”, realizadas pelo Grupo Artpalco em parceria com o coletivo Vozes de Ébano.
A primeira sessão ocorre às 14h, na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT). Já a segunda será às 18h, na Escola Estadual Campos Brasil. Ambas são gratuitas, com classificação indicativa de 10 anos, e acessíveis ao público com recursos como intérprete de Libras e audiodescrição.
Teatro como resistência e memória
Dirigido por Mello Júnior, com dramaturgia de Luiz Navarro, o espetáculo propõe uma imersão nas trajetórias de mulheres negras brasileiras, destacando temas como racismo estrutural, violência, maternidade, intolerância religiosa e resistência. As protagonistas — Isabel, Corina e Dora — ganham vida nas vozes e corpos das atrizes e cantoras Cinthia Abreu, Fran Santos e Malusa, do Grupo Vozes de Ébano.
“A intenção é criar um espaço de fala e escuta para mulheres negras que, historicamente, foram silenciadas. Mais do que teatro, este é um ato político e cultural de afirmação”, explica George Henrique Silva, idealizador e coordenador-geral do projeto.
Reflexão e empatia no palco
Para o diretor Mello Júnior, o espetáculo é um convite à empatia:
“Queremos provocar emoção e, principalmente, consciência. A potência dessas histórias toca a alma e nos lembra que há muito a ser transformado.”
Após cada sessão, o público poderá participar de uma roda de conversa com as atrizes, num momento de troca sobre as narrativas encenadas e as realidades vividas por tantas mulheres negras.
Acessibilidade e inclusão
Ambas as apresentações contam com intérprete de Libras e audiodescrição, reafirmando o compromisso com a acessibilidade e garantindo que pessoas com deficiência auditiva e visual possam aproveitar a experiência artística de forma plena.
Sobre o grupo Vozes de Ébano
Formado por Cinthia Abreu, Fran Santos e Malusa, o grupo Vozes de Ébano é referência na valorização da cultura afro-brasileira. Suas composições e encenações transformam vivências e lutas em arte, memória e resistência.
Para Cinthia Abreu, cada apresentação é uma forma de honrar a ancestralidade:
“É um grito coletivo contra o apagamento. É sobre memória, resistência e futuro.”
Já Fran Santos destaca a importância da representatividade:
“Ver o público se identificando com as histórias é a prova de que nossas vozes não podem mais ser silenciadas.”
Malusa reforça o aspecto espiritual da montagem:
“É um exercício de cura e conexão com nossa ancestralidade. Cada cena é um chamado à escuta, à sensibilização e à mobilização.”
Apoios e parcerias
O espetáculo integra o circuito cultural promovido pelo Grupo Artpalco com produção do Instituto Social e Cultural Araguaia (Isca) e patrocínio da Lei Aldir Blanc (PNAB). Conta ainda com apoio da Secretaria Municipal de Esportes, Cultura e Lazer de Araguaína, do Ministério da Cultura, da CEPPIR-UFT, UseMaya Artesanatos e do Grupo de Capoeira Herança dos Pombais.
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