A inflação crescente e o alto custo de vida estão afetando a percepção dos nortistas sobre a economia do país. De acordo com a pesquisa RADAR FEBRABAN, divulgada em março, a parcela da população que considera os preços muito mais altos saltou de 73% para 96% nos últimos seis meses, um aumento de 23 pontos percentuais.
Alimentação pesa mais no bolso
Os entrevistados apontaram os alimentos e produtos domésticos como os principais responsáveis pela percepção da inflação, com 76% das respostas – um crescimento de dois pontos em relação à pesquisa anterior. Outros itens que pesam no orçamento são os custos com saúde (29%), o preço dos combustíveis (27%) e os juros de crédito (18%).
Pessimismo crescente
A alta nos preços também refletiu no otimismo da população sobre a situação econômica do país. Em dezembro, 28% dos brasileiros achavam que o Brasil havia piorado; em março, esse índice subiu para 30%. Apesar disso, a soma dos que acreditam que o país vai melhorar ou permanecer igual segue em 68%.
A percepção da inflação elevada é generalizada, alcançando pelo menos 85% dos entrevistados em todos os perfis sociodemográficos e regiões do país.
Incertezas econômicas
Para o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, o cenário econômico instável afeta a confiança da população. “As notícias sobre a economia, marcadas no primeiro trimestre por temas como aumento da inflação e da taxa de juros, revisão para baixo do PIB e possíveis impactos da política comercial dos EUA sob o novo governo de Donald Trump, trouxeram incertezas para os brasileiros e impactaram as expectativas em relação ao Brasil no decorrer do ano”, explica Lavareda.
Sobre a pesquisa
A Pesquisa RADAR FEBRABAN, conduzida pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), analisa a percepção e expectativas dos brasileiros sobre a economia e a qualidade de vida. O levantamento também segmenta os resultados por região, captando as particularidades de cada parte do país.
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