O preço do café moído, item tradicional na mesa do brasileiro, disparou 80,2% nos 12 meses encerrados em abril de 2025. O dado é do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e representa a maior alta acumulada em 12 meses desde a criação do Plano Real, em 1994.
Para efeito de comparação, a última vez que o índice chegou próximo desse patamar foi em maio de 1995, com variação de 85,5%, quando ainda se computavam preços da transição entre o Cruzeiro Real e o Real.
Apesar da alta histórica, o avanço do preço do café desacelerou em abril, com variação mensal de 4,48%, abaixo dos 8,14% registrados em março e dos expressivos 10,77% de fevereiro – esta, a maior elevação mensal em 26 anos.
📈 Café e alimentos puxam inflação de abril
O IPCA de abril registrou alta de 0,43%, desacelerando frente aos 0,56% de março. O grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pelo avanço, com inflação de 0,82% e impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.
Além do café moído, tiveram aumentos relevantes a batata-inglesa (18,29%), o tomate (14,32%) e o lanche (1,38%). Por outro lado, o arroz apresentou queda de 4,19%.
🌱 Por que o café está mais caro?
Diversos fatores explicam a escalada nos preços do café:
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Condições climáticas adversas, como calor extremo, seca e geadas, que afetam a produtividade das lavouras;
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Aumento do custo da matéria-prima para a indústria;
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Oscilações do dólar, que impactam insumos e exportações;
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Redução da oferta global, com destaque para a quebra de safra em países como o Vietnã;
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Maior demanda global pelo produto;
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Custos logísticos elevados no transporte e distribuição.
🌾 Produção brasileira deve crescer em 2025
Apesar da pressão inflacionária, a safra de café no Brasil deve ser mais robusta em 2025. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a expectativa é de uma produção de 55,7 milhões de sacas beneficiadas, somando as variedades arábica e conilon. O volume representa um aumento de 2,7% em relação a 2024 e configura a maior colheita em anos de baixa bienalidade (quando a produção tende a ser menor).
Segundo o boletim da Conab, a colheita iniciada em março ainda é incipiente, tendo atingido apenas 3,6% até abril. A área total destinada à cafeicultura em 2025 chega a 2,25 milhões de hectares – alta de 0,8% em comparação com o ciclo anterior.
🌏 China se torna novo destino do café brasileiro
Outro destaque do setor é o crescimento das exportações para a China. Desde 2023, o país asiático saltou da 20ª para a 6ª posição entre os principais compradores do café brasileiro. O Brasil, por sua vez, segue como o maior produtor e exportador mundial do grão.
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