O estado do Tocantins foi oficialmente reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (Woah). O certificado foi entregue na manhã desta quinta-feira (29), durante o encerramento da 92ª sessão da entidade, realizada em Paris, na França.
A certificação internacional marca um avanço sanitário importante para o estado e é resultado de um trabalho contínuo de mais de quatro décadas envolvendo órgãos públicos, produtores rurais e o setor agropecuário. O status pode viabilizar o acesso da carne tocantinense a mercados mais exigentes, especialmente da União Europeia, que demandam rígidos controles sanitários.
Com um rebanho bovino e bubalino estimado em 11,7 milhões de cabeças, distribuído em cerca de 70 mil propriedades rurais, o Tocantins é um dos primeiros estados brasileiros a abolir totalmente a vacinação contra febre aftosa, prática encerrada em 2022. O reconhecimento nacional veio em 2024 e, agora, o reconhecimento internacional consolida o trabalho.
Para alcançar essa certificação, o estado precisou cumprir todas as etapas previstas no Plano Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-Pnefa), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O plano prevê que o Brasil atinja o status de país livre da doença sem vacinação até 2026.
A última ocorrência da doença no estado foi registrada em 1997. Desde então, medidas de vigilância, controle e prevenção vêm sendo implementadas de forma contínua. Em 2000, o Tocantins foi declarado zona livre com vacinação, e ao longo dos anos avançou até eliminar a chamada “zona tampão” em 2011, passo importante rumo à retirada definitiva da vacina.
Participaram da cerimônia de entrega do certificado representantes da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), do Fundo Privado de Defesa Agropecuária (Fundeagro), da Superintendência Federal da Agricultura (SFA/TO), além de técnicos e autoridades da área.
Segundo especialistas, a manutenção do novo status sanitário exigirá esforços contínuos em vigilância epidemiológica, controle de trânsito animal e capacitação técnica, garantindo que o estado continue apto a atender às exigências dos mercados internacionais.
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