Na manhã desta quinta-feira (29), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Tocantins (FICCO/TO) deflagrou a Operação Serra Gerais, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa investigada por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A ação mobilizou cerca de 200 agentes e resultou no cumprimento de 15 mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão.
As ordens judiciais foram executadas simultaneamente em municípios dos estados do Tocantins (Palmas, Formoso do Araguaia, Almas e Dianópolis), Goiás (Goiânia, Goianira e Aparecida de Goiânia), Maranhão (Imperatriz, Davinópolis e João Lisboa), São Paulo (capital e Itu), Pará (Xinguara e Itaituba) e Bahia (Luís Eduardo Magalhães).
Durante a operação, também foram realizadas medidas de sequestro e bloqueio de bens e valores pertencentes a 35 pessoas físicas e jurídicas, somando um total estimado de R$ 64,2 milhões. Entre os itens apreendidos estão fazendas localizadas na região das Serras Gerais, que segundo as investigações, eram utilizadas como base logística para o transporte de entorpecentes. Também foram confiscados caminhões, carretas, veículos de luxo, aeronaves e embarcações.
De acordo com o delegado Evaldo Gomes, integrante da FICCO/TO, o grupo investigado possuía uma estrutura logística sofisticada. “As fazendas em áreas isoladas eram utilizadas para a construção de pistas clandestinas, que recebiam aeronaves de pequeno porte carregadas com drogas. Houve ainda o uso de empresas de fachada para movimentar altos valores com indícios de lavagem de dinheiro”, explicou.
Os envolvidos poderão responder por crimes como organização criminosa, lavagem de capitais e associação para o tráfico de drogas.
Abordagem no Tocantins levou à descoberta do esquema
As investigações começaram em abril de 2024, após uma abordagem da Polícia Militar no posto fiscal de Novo Jardim, na divisa entre Tocantins e Bahia. Na ocasião, dois suspeitos – naturais de Goiás – foram flagrados transportando mil litros de combustível de aviação com destino a uma fazenda na zona rural de Almas (TO). O local, segundo os investigadores, servia como ponto de apoio a uma aeronave que faria o descarregamento de entorpecentes.
Além do combustível, também foram apreendidos veículos, um drone e outros equipamentos de alto valor. Um dos abordados, identificado como M.A.S., possuía um mandado de prisão em aberto e histórico criminal por roubo, tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.
Com o avanço das diligências, a polícia descobriu que os suspeitos haviam adquirido propriedades no Tocantins onde construíram pistas de pouso clandestinas. A cada operação, a organização movimentava cerca de 500 quilos de cocaína, com valor de mercado estimado em R$ 15 milhões por carga.
Indícios de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada
As investigações também apontam para um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com a utilização de empresas reais e de fachada. Em apenas oito meses, a movimentação financeira da organização teria ultrapassado os R$ 70 milhões. As transações incluíam repasses entre diversas empresas e uma instituição financeira suspeita de facilitar o escoamento de recursos ilícitos.
Atuação conjunta e combate ao crime organizado
A FICCO Tocantins é formada por integrantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal, atuando de forma integrada no enfrentamento ao crime organizado. A Operação Serra Gerais representa um esforço conjunto para desarticular a estrutura logística e financeira de grupos criminosos que atuam no tráfico interestadual de drogas.

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