O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Núcleo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Naesf), deflagrou nesta terça-feira (8) a Operação Hades, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A ação contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Civil, além de auditores e peritos da Receita Estadual.
O grupo investigado utilizava empresas de fachada para simular transações comerciais e fraudar o recolhimento de ICMS, gerando um prejuízo estimado em R$ 8 milhões aos cofres públicos estaduais.
A operação teve como base informações repassadas por auditores fiscais da Receita Estadual, que apontaram indícios de irregularidades em empresas como a Grãos Nacional Comércio Atacadista de Cereais Ltda, supostamente sem estrutura física ou funcionários compatíveis com o volume de operações. O proprietário formal da empresa, residente no Distrito Federal, declarava renda de apenas um salário mínimo, o que levantou suspeitas de que atuava como “laranja” no esquema.
A Justiça atendeu ao pedido do MPTO e expediu cinco mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais ligados aos investigados, em cidades do Tocantins — Guaraí, Araguaína, Miracema do Tocantins e Barrolândia — além de Unaí (MG). Foram determinadas ainda medidas cautelares como a suspensão das atividades das empresas envolvidas, proibição de acesso às sedes e restrições profissionais, incluindo a suspensão parcial do registro de um contador citado nas investigações.
Segundo o MPTO, o esquema contava com a atuação de um profissional da área contábil vinculado a diversas empresas suspeitas. Ele teria movimentado recursos em sua conta pessoal provenientes de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na fraude. A investigação também identificou movimentações financeiras atípicas e a transferência de poderes administrativos dentro das empresas, em uma tentativa de mascarar os verdadeiros responsáveis.
O que significa “Operação Hades”?
O nome da operação faz alusão a Hades, deus do submundo na mitologia grega, representando a ocultação de patrimônio e o impacto social da sonegação. Assim como a ausência de Perséfone afetava a colheita e causava escassez, o desvio de recursos públicos compromete serviços essenciais à população.
Sobre o Naesf
O Núcleo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Naesf) atua em investigações administrativas, cíveis e criminais relacionadas à evasão de tributos estaduais e municipais, contribuindo para a proteção da ordem tributária e o combate à corrupção no Tocantins.
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