Quatro pessoas foram presas na noite desta segunda-feira (26) em Palmas durante a Operação Perfídia, conduzida pela 1ª Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (1ª DEIC). O grupo é suspeito de integrar um esquema que teria desviado mais de R$ 11,8 milhões de duas construtoras da capital.
Durante a ação, a Polícia Civil apreendeu quatro veículos de luxo — dois Ford Bronco, uma picape BYD Shark e uma Ford Ranger — avaliados em mais de R$ 1 milhão. Segundo o delegado-chefe da 1ª DEIC, Wanderson Chaves de Queiroz, os bens teriam sido adquiridos com recursos obtidos por meio da fraude.
As prisões ocorreram após cumprimento de mandados de busca, apreensão e prisão preventiva em diversos bairros de Palmas. Os detidos foram localizados na quadra 509 Sul, no Jardim Taquari e na região central da cidade.
Investigação e esquema
As investigações tiveram início a partir de denúncias feitas pelos próprios proprietários das empresas lesadas. Conforme a apuração policial, dois funcionários das construtoras, com o apoio de seus cônjuges, teriam se associado para realizar compras fictícias de materiais e serviços que jamais chegaram aos canteiros de obras.
Entre os itens supostamente adquiridos estavam combustíveis, materiais de construção e máquinas alugadas. A polícia identificou que os valores pagos pelas empresas eram desviados para contas e bens do grupo. Há indícios de falsificação de documentos, além dos crimes de furto qualificado, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Função de cada envolvido
De acordo com a investigação, a mulher identificada pelas iniciais I.A.S., de 40 anos, era responsável pela gestão financeira de uma das construtoras e autorizava pagamentos. Seu colega de trabalho, L.F.S., de 38 anos, formalizava pedidos de compras que nunca eram entregues. O marido de I.A.S., G.C.B., de 43 anos, auxiliava na movimentação dos recursos desviados por meio da aquisição e revenda de bens de alto valor.
O quarto suspeito, S.M.P., de 24 anos, teria criado uma empresa de fachada para emissão de notas fiscais falsas de fornecimento de combustível. Segundo a Polícia Civil, esse artifício foi utilizado para justificar o desvio de aproximadamente R$ 9,84 milhões. Outros R$ 1,3 milhão teriam sido desviados com compras fictícias de materiais e serviços.
Encaminhamentos
Após os depoimentos, os quatro foram encaminhados para unidades prisionais da capital. As investigações seguem em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e mapear o total de prejuízos.
A operação foi batizada de Perfídia, termo derivado do latim que significa deslealdade ou traição — uma referência ao fato de dois dos suspeitos exercerem cargos de confiança nas empresas vítimas.
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